Dando continuidade na série e chegando quase na reta final, hoje vou compartilhar com vocês como foi o planejamento para realização do meu maior sonho de vida: morar fora do Brasil.
Não tenho intenção de escrever um guia definitivo, até porque, a situação/realidade/privilégios de cada pessoa são individuais e subjetivas. Talvez você tenha mais facilidade que eu na execução por N motivos, mas talvez não.
Meu intuito aqui, além de partilhar minha experiência, é te dar um norte e te mostrar que, se você se planejar direitinho, morar fora do país pode ser mais tangível do que você pensa.
O sonho
Bom, se você já leu todos os artigos da série até agora, já notou que morar em outro país talvez tenha sido meu maior sonho.Sempre quis viver em um país onde eu me sentisse mais seguro e que o meu esforço no dia-a-dia de trabalho fosse realmente recompensado, sem precisar me matar para isso.
Para realização desse sonho, um dos pré-requisitos (além do dinheiro) era saber inglês, no qual eu dediquei no Ato 7.
Foi então que eu comecei a observar algumas pessoas conhecidas indo fazer as duas coisas ao mesmo tempo: estudar inglês e morar fora.
E aí me surgiu aquela ideia na cabeça:
Se eles podem, por que eu não?
Países para o intercâmbio
Quando eu coloquei na cabeça de que eu iria fazer o intercâmbio, a primeira coisa que me veio na cabeça foi:
“Beleza, mas pra onde?”
Tendo em mente que eu queria poder estudar inglês e também trabalhar, afinal, não ia ter dinheiro pra me sustentar por meses, comecei a ver os países mais comuns entre intercambistas e tentar ver o que eu achava. Com base no que eu já sabia e algumas pesquisas, eu descobri:
Canadá
Esse parece ser um país legal, mas, na época eu lembro que desisti por ter um processo de visto que é MUITO difícil e burocrático, além de não ter a opção de trabalhar durante meus estudos.
Uma vez que nem minha mãe e nem eu teríamos dinheiro para bancar minha estadia lá só estudando, a possibilidade de fazê-lo era "must-have". Sabendo disso, risquei da minha lista.
EUA
Mais ou menos o mesmo caso do Canadá. Visto difícil, caro, sem trabalho e, para além dessa pequenezas, eu estou longe de fazer parte do grupo que idolatra os EUA.
Como nossa cultura tem influências fortíssimas americanas, a gente tende a ver as coisas boas de lá, como o preço do iPhone e os eletrônicos que sonhamos em ter, Walmart com as coisas quase de graça, salário mínimo alto, etc.
Porém, basta você começar a tentar olhar mais pro país e sem viés, você vai perceber que a galera lá tem vááários problemas também. Não são os mesmos que os nossos no Brasil, mas são problemas bem sérios (e.g. sistema de saúde, preconceito com estrangeiros, dentre outros).
Não vou entrar em por menores, até porque o intuito do artigo nem é esse, mas os EUA é um lugar que eu sequer tenho vontade de visitar, quanto mais de ir morar lá um período. Descartado!
Austrália
Esse foi um país que me chamou muita atenção pelo fato de ter amigos que haviam ido para lá e tiveram experiências bem positivas.
Havia assistido algumas palestras presenciais da Australian Centre, e eu sempre saía com aquela sensação de: #partiuAustralia.
Apesar do processo de visto também não ser dos mais fáceis, afinal, você precisa provar ter grana no Brasil para caso você não consiga emprego, eu estava realmente empolgado.
Havia pesquisado que eu precisava “provar” para o governo australiano que eu tinha pelo menos R$ 30.000,00 no banco e ainda ter a grana pra pagar todo o resto (curso, moradia, etc.), o que nas contas da época daria mais uns 30 mil.
Óbvio que, para essa comprovação, poderia dar um “jeitinho”, pegando dinheiro emprestado, tirando extrato, etc. No entanto, o fato do intercâmbio em si custar mais 30k já tinha me dado uma desanimada.
Conversando com uma das minhas amigas (que é bióloga) que estava lá, fiz aquela pergunta que todo mundo tem curiosidade de saber a resposta, dado o tanto de notícia de animal que a gente vê que só aparece lá:
A vida selvagem aí é realmente como a gente vê nas notícias?
E a resposta dela me surpreendeu:
Sim!…. …. .. Mas depende de onde você mora.
Ela me explicou que nas capitais e grandes cidades nem tanto, mas a medida que você se afastando do "meio" e vai chegando perto das florestas e/ou cidades rodeadas por elas, encontrar animais (cobras, aranhas, morcegos grandões, cangurus, etc) eram realmente grandes.
Por algum motivo estranho, ela escolheu morar em uma cidade que ficava mais na costa australiana. Disse que no seu primeiro dia, saiu para conhecer a cidade e em um determinado momento, ficou cara-a-cara com uma cobra venenosa. Sim, venenosa. Ainda complementou que teria morrido em menos de 10 minutos se tivesse sido picada.
Outro dia ela me contou que finalmente havia criado coragem pra entrar no mar, mas tinha que ficar sempre atenta aos tubarões. SIM, TUBARÕES.
Minha curiosidade não me deixou terminar a conversa sem saber como ela ficava sabendo que naquele dia havia ~tubarões~ no mar. Com a maior tranquilidade, ela me disse que quem avisava sobre as presenças eram os surfistas que iam bem cedo para o mar e passavam o recado para o pessoal.
….. Sério…..
De novo: tudo que eu conheço são experiências de terceiros. Talvez você vá para Sidney e não veja um animal sequer, mas não dá pra não acreditar nessas histórias quando o país ensina para as crianças quais aranhas são ou não venenosas nas escolas.
Se eu já estava desanimado com os preços (principalmente para ficar nas capitais), ouvindo essas histórias eu tinha desanimado mais ainda. Descartado.
(Aqui vale um parêntese rápido de quando eu já estava na Irlanda: um amigo do menino que morava comigo foi fazer intercâmbio na Austrália e mandou um vídeo do dia que ele estava saindo para trabalhar e tinha um morcego gigante pendurado na bicicleta dele… mano… Austrália definitivamente é o lugar onde o ser humano está tentando dominar a vida selvagem.)
Irlanda
Eu sempre ouvi que a Irlanda era um lugar bacana para fazer intercâmbio, porém, também ouvia que tinha muito brasileiro lá e que isso poderia atrapalhar o aprendizado do idioma (nem vou comentar sobre isso agora, aguarde o próximo ato).
Com isso, comecei a procurar mais sobre e tentar entender o porquê a comunidade brasileira escolher este destino e, bem, depois de algumas pesquisas, descobri que o motivo disso era: processo muito fácil.
Diferente do Canadá, Australia, EUA etc., tudo o que precisamos fazer é ter dinheiro pra comprar passagem, curso etc., um passaporte e coragem, nada mais.
Além disso, viajar da Irlanda para outros países legais da Europa é um pulo e dependendo do destino, nem é tão caro assim.
Levando em conta todos esses pros e cons, decidi arriscar e escolher a Irlanda como meu destino de intercâmbio.
Irlanda, pré-requisitos
Existe algumas categorias de possíveis vistos para entrar na Irlanda. O que se encaixa na nossa vontade de ir para lá, trabalhar 20 horas e estudar 20 horas por semana é o Stamp2 (visto de estudo/trabalho).
Ele tem validade de 8 meses, sendo 6 para você estudar e 2 para tirar férias e fazer o que quiser.
Para pegá-lo, tudo que você precisa é de:
3000 euros para comprovação
O governo irlandês requer a comprovação de 3 mil euros no mínimo para você imigrar pro país, mas aqui vai um ponto de atenção: NÃO É O SUFICIENTE.
Você precisa ter esses 3000 euros, beleza. No dia de pegar seu visto, você precisa pagar 300 euros para retirar o documento.
Fora isso, você vai atrás de uma casa pra ficar. Talvez encontre um local em torno de 300 a 350 euros por mês, porém, meus caros e caras, na Irlanda (e em muitos outros países), existe uma prática que você, quando entra na casa, precisa pagar um depósito no mesmo valor do aluguel, ou seja, 600~700 euros já no primeiro mês.
Pra piorar a situação um pouco, não é nada garantido que você consiga um trabalho logo de cara. Às vezes, isso pode demorar alguns meses e, vai por mim, o desespero de ver seu dinheiro acabando é algo que tem a capacidade arruinar a experiência do seu intercâmbio.
Eu mesmo levei 4000 e precisei comprar mais alguns meses depois porque demorei a conseguir um emprego.
Vale deixar claro que esses 3000 euros não vão ficar "congelados". Você vai poder usá-lo tranquilamente. Entretanto, precisa provar para o governo que você tem essa disponível quantidade. Como isso é meio confuso, vou deixar aqui esse e esse vídeo falando sobre isso para você entender melhor.
Estar matriculado em um curso de no mínimo 6 meses
Sim, um curso de no mínimo 6 meses. Não lembro se precisa necessariamente ser curso de inglês, mas precisa ter essa duração.
Isso significa que, se você quiser ir pra estudar 3 meses, vai pegar outro tipo de visto e não vai poder trabalhar.
Passagem de volta
Além da passagem de ida (é claro), você precisa ter a de volta comprada e impressa pra passar na imigração.
Ou seja: prepare seu bolso, pois infelizmente ida e volta é uma nota.
Seguro de saúde
Existem dois tipos de plano de saúde: o público cuja a adesão é obrigatória e o particular (que é opcional).
Aqui, a escolha vai depender muito da sua situação. O sistema de saúde na Irlanda não tem uma boa fama. Já ouvi péssimas histórias e relatos sobre a demora e a qualidade. Se você procurar alguns vídeos de brasileiros no YouTube, vai ver do que eu estou falando.
Então, se você tiver alguma situação crítica de saúde, sugiro considerar seriamente pegar um plano particular para ter uma cobertura maior de serviços.
E SÓ! Sim… só.
Parece muita coisa, mas perto de outros intercâmbios, isso não é nada.
Com tudo isso em mãos, basta você embarcar no avião e ir.
"Vindo morar e estudar na Irlanda" - Willian Justen
Fazendo as contas por cima e entrando em contato com as agências de intercâmbio, eu precisaria de aproximadamente R$ 25.000,00 para realização do bendito.
Quando comecei a pensar sobre isso, a primeira coisa que me veio à cabeça foi:
Porém, pensando mais e começando a colocar tudo na ponta do lápis, cheguei à conclusão que com a minha situação atual eu demoraria de 3 ou 4 anos para realizar o intercâmbio.
Bom, antes tarde do que nunca, não é meixmo?
Eu só precisava de uma forma de ganhar mais dinheiro. Arrumar outro emprego estava complicado, então tive a ideia de, ao invés de guardar esse dinheiro na poupança, investir e diminuir esse tempo.
E foi aí que começo a parte mais chata e divertida do intercâmbio (a menos que tu seja rico), planejamento financeiro.
Planejamento Financeiro
Eu nunca fui um cara muito planejado financeiramente. Tinha (e tenho) um viés consumista de coisas aleatórias e que acredito precisar, mas que depois de adquiri-las, chego à conclusão de que não, não precisava.
Porém, para grandes mudanças acontecerem, grandes mudanças precisam ser feitas. Sabia que teria que rever meu mindset.
Só para você se situar no tempo, isso foi quando consegui o meu primeiro emprego de TI (você pode ver mais detalhes aqui), e o meu salário na época era de R$2300,00 bruto :/.
Apesar de não ser muito, eu morava com a minha mãe. Consequentemente eu quase não tinha gastos fixos. Eu só tinha que manter uma moto que já estava quitada, ajudar um pouco em casa, sair com a minha namorada e pagar os meus produtos do AliExpress. Eu sabia que dava pra guardar uma graninha.
Comecei a buscar formas de investir meu dinheiro em médio prazo (dois ou três anos) e que tivesse uma liquidez boa, ou seja, eu pudesse resgatar a qualquer momento e principalmente com baixo risco.
Foi então que encontrei o Tesouro Direto.
Tesouro Direto
Não sei se você sabe do que se trata, mas o Tesouro Direto é uma forma de emprestar dinheiro diretamente para o governo com um rendimento considerável e muita segurança.
Há vários tipos diferentes de títulos disponíveis para compra. Alguns baseados na inflação do país, outros na taxa Selic e os que eu mais gostei, com taxas fixas.
Os com taxas fixas (pré-fixado) te pagam 12%+ de juro ao ano e não dependem de nenhuma condição externa, ou seja, vai ganhar aqueles 12% + a.a. se o mercado/economia do país estiver boa ou ruim. Em outras palavras, você sabe exatamente quanto vai ganhar no fim.
Outro ponto legal é que: pra você investir, dependendo do título, o valor mínimo é muito baixo, apenas 1% do seu valor. Assim, se o título custa R$ 1000,00, você pode comprar uma fração (1/100) dele por 10,00 golpinhos.
Óbvio que investindo apenas 10 pratas, seu retorno vai ser insignificante, mas é aquela velha história "de grão em grão, a galinha enche o papo".
Se você comprar uma fração de título a cada dinheirinho que sobra, em alguns anos garanto que terá tido um retorno considerável.
Tudo que você precisa ter para poder comprar títulos do Tesouro é uma conta em um agente financeiro credenciado pelo próprio governo (link aqui) e que, de preferência, possui uma taxa de administração baixa e que não tenha um score negativo pelas terras da Internet.
Na época, o melhor agente financeiro que eu vi era a Rico que, além de ter muito conteúdo no blog e canal no YouTube justamente sobre o Tesouro, tinham taxa de administração de R$ 0,00 reais por mês. Sim, sem taxas.
Por fim, eu destinava todo mês do meu salário, algo em torno 10~20% do valor líquido para comprar títulos pré-fixados e outros 10% eu guardava na poupança, para eventuais contratempos.
No final de dois anos, meu investimento total foi algo em torno de 4 mil reais e consegui lucrar mais mil e pouco (14% ao ano), o que, se você for parar pra ver, foi bem rentável, uma vez que tive 0 risco e com um taxa de rendimento de mais que o dobro da poupança.
Mas apesar de ter usado essa estratégia do Tesouro, hoje eu faria diferente e é essa dica que eu quero dar aqui.
Warren
O Warren é uma plataforma de investimento que eu queria muito que existisse 4 anos atrás.
Nela, você faz o cadastro com um ChatBot que vai pegar suas informações e avaliar seu perfil de investidor (mais risco, menos risco) para poder indicar os melhores investimentos.
Além disso, é possível cadastrar objetivos com prazo, por exemplo, “Quero fazer um intercâmbio daqui 4 anos e preciso juntar 30 mil reais”. Com base nessa informação, ele vai fazer uma análise e sugerir quanto e onde você precisa investir por mês pra concretizar o objetivo.
E pode ser para curto prazo, também, do tipo: “Quero comprar um PS4 no final do ano”. Óbvio que nesse caso seu retorno de investimento não vai ser alto, mas se tu ganhar 50 pilas é melhor que ganhar 0.
Então, sinceramente, para a parte financeira, eu recomendaria muito dar uma olhada nessa ferramenta que pode te poupar um tempão estudando sobre investimento, que vai por mim, é complexo e chato.
"Startups, investimentos e corretoras - Hipsters #70
O restante do dinheiro
Bom, naquela época, meu único "grande bem material" era uma moto (Biz 2010), que valia algo em torno de R$ 4.200,00 que, perto do que eu precisava, ainda não era nada.
Passei esses dois anos juntando dinheiro: décimo terceiro, bônus e todo o "dinheiro extra" do salário normal. Não planejei pagar despesas com eles, pois sabia que fariam diferença no futuro
Apesar de estar empolgado com essa ideia, como já é sabido, temos muita dificuldade para lidar com objetivos a longo prazo por questões biológicas (o que sempre deu um "calm down" na minha empolgação).
Além disso, foi período bem foda na vida.
Eu já estava estudando desenvolvimento front-end há pelo menos 1 ano e meio, faculdade cheio de matéria chata, desânimo no trabalho por detestar fazer o que eu fazia e ainda não ter espaço pra crescer e me desenvolver, crises existenciais porque nada daquilo fazia sentido, enfim, período depressivo e turbulento.
Como reflexo, meu desempenho no trabalho começou a cair consideravelmente. Comecei a ter algumas reuniões sobre “precisamos melhorar”, “está bem abaixo do que esperamos”, etc.
Quando foi setembro de 2016, finalmente tirei as minhas tão sonhadas férias. 20 dias de muito coding, jogos online, reflexões sobre a existência e propósito de vida, enfim, um tempo pra reequilibrar o ser.
Perto de voltar pro trabalho, começou a bater aquela bad de “O inferno me aguarda” e consequentemente a ansiedade.
No meu primeiro dia de volta, tive uma conversa com meu chefe, e lá ele perguntou como eu estava. Não consegui não mostrar minha insatisfação e abri o jogo.
Falei de como eu me sentia no meu cargo, quais eram minhas ambições etc., mas nada mudou (nem tinha como mudar) na velocidade que eu queria e eu já tinha chegado no limite.
Um mês de trabalho, meu desempenho continuou péssimo e, para a minha não surpresa, uma demissão.
Por um lado, aquela sensação de vergonha “estou sendo mandado embora, que feio”, mas por outro, alegria, afinal, eu sabia que provavelmente com FGTS, multa rescisória, salário do mês sem precisar trabalhar, minha moto, seguro desemprego, meu dinheiro investido… era agora. O intercâmbio iria acontecer.
Sabendo disso, fui correndo para procurar agências de intercâmbio.
Escolhendo as agências
UPDATE DO FUTURO (2020)
A agência que eu fui e mencionei nos trechos a seguir (T2T) se envolveu em uma polêmica em 2019 onde, aparentemente por má administração, eles declararam falência e um dos donos sumiu com a grana que restou.
Várias pessoas foram muito prejudicadas, inclusive alunos que ainda estavam no Brasil prestes a embarcar para a Irlanda.
O caso ganhou uma grande repercussão nos grupos de Facebook da Irlanda e até mesmo na empresa nacional (link da noticia do Extra) e internacional (link da notícia em ingles no The Piew News).
Eu sei que é difícil prever quando essas coisas vão acontecer, afinal, eu fui com eles e deu tudo certo, mas agora pessoas foram prejudicadas. Mesmo assim, muito cuidado!
Com todo o dinheiro que acumulei em todo aquele tempo e o que recebi da demissão, comecei a mandar e-mail para várias agências.
Tive várias respostas legais, mas teve uma que me chamou atenção pela proposta e também pelos comentários das pessoas na internet, a Time 2 Travel (T2T)).
T2T
Se você me pedisse recomendação de agência, eu seguramente os recomendaria.
Não muito pela negociação que fiz com um dos consultores dele, mas pela experiência positivíssima que tive já na Irlanda.
Entrarei em mais detalhes no próximo artigo, mas os motivos pelos quais eu os recomendo eles são:
- Preço razoável. Isso vai depender muito da escola que você escolher;
- Eles possuem um escritório em algumas cidades da Irlanda, o que dá uma coisa que todo intercambista precisa muito: segurança e ter pra quem pedir socorro;
- Gente pra ajudar nos primeiros dias. Como tem escritório, tem gente que trabalha na agência que é responsável por te ajudar com algumas coisas básicas como o primeiro dia na escola, cartão de ônibus, etc.;
- Aulas de inglês extra e de graça 2 ou 3x por semana;
- Acomodações temporárias que você pode alugar para ficar nas primeiras semanas e ter um pouco de paz para procurar um lugar fixo para morar;
- Uma pessoa pra ajudar a elaborar os currículos com foco nos jobs de lá que, obviamente, são diferentes do Brasil;
- Organizam viagens com frequência;
- Organizam festas/encontros mensais.
E fora isso, o pessoal da agência é muuuuuito gente boa.
E galera, vai por mim, essas coisas fazem muita diferença para um intercambista. Conheci gente que veio com agências que nem tinham gente na Irlanda pra te ajudar, galera tinha que fazer uma correria gigante quando precisava resolver alguma coisa.
Por mais que depois de uns meses você já consiga se virar sozinho, nas primeiras semanas é realmente confortante ter esses apoios.
Cidades
Bom, eu já sabia que iria pra Irlanda, mas a própria T2T tem vários pacotes para diferentes cidades, como por exemplo, Bray, Cork, Galway, Limerick, Dublin.
Todas essas opções tem seus pros e contras (como tudo nessa vida), mas decidi que iria seguir o mainstream e ir para a São Paulo da Irlanda, Dublin.
Só pra você tem ter uma noção, Dublin é a cidade mais populosa da Irlanda com 1 milhão de habitantes (fonte). A segunda cidade mais populosa é Cork, com menos de 200 mil. Diferença gritante, né?
E aquela lógica, mais gente, mais negócios, mais oportunidades e, infelizmente, maior custo de vida.
Se quiser ter informações sobre essas cidades, dá uma lida aqui.
Escolha da Escola
Bem… aqui eu nem posso ajudar muito. A minha escolha de escola foi: “Qual a mais barata?”, mas isso nem de longe é bom critério de escolha.
Dependendo da época que você for, algumas escolas possuem promoções bem interessantes.
Na época, consegui um preço bem bacana para estudar na Infinity English Course que sinceramente, foi uma decepção bem grande.
No próximo artigo eu falarei com detalhes os motivos dos quais eu não gostei da escolha, mas, nessa fase de planejamento, você precisa escolher entre dois critérios:
Eu não tenho dinheiro para uma escola muito boa, mas não quero deixar de fazer intercâmbio
Acho que já é sabido que o aluno faz a escola, não é? E sim, é bem por aí.
É óbvio que se você estiver em uma instituição de ensino bem estruturada, com atividades bacanas, com uma dinâmica e método de ensino legais, o seu aprendizado vai ser bastante acelerado mas se e somente se, você (caro aluno) aproveitar tudo isso.
Você pode pegar a escola mais cara de todas. Porém, se não colocar a cara nos livros, ir praticar com pessoas de outros países e não correr atrás, vai voltar pro Brasil com um inglês péssimo.
Assim, às vezes é melhor escolher uma escola que seu bolso pode pagar e estar no país, vivendo a experiência e tendo que se esforçar um pouco mais que os outros, do que ficar adiando pra ver se consegue pagar uma escola melhor.
No fim, você vai aprender inglês se estudar por si e praticar o máximo que conseguir no dia a dia.
Prezo por cursos de qualidade e vou adiar um pouco para conseguir pagar uma escola muito boa
Faz todo sentido, também. Quando você está disposto e tem um bom ensino, consegue aprender com muito mais facilidade.
Se você tem condições de pagar 4~6 mil reais a mais só pra estudar em lugar topo de linha, faça, porque provavelmente vai valer a pena.
Porém, não espere que esse “plus” na qualidade seja o que vai fazer você aprender inglês ou não. Como eu disse anteriormente, sempre vai depender muito mais do seu empenho do que qualquer outro curso.
Outra coisa que também vai variar os preços é o seu objetivo. Cursos de inglês para negócios (de 3 ou 6 meses) sempre têm valores e descontos diferentes.
Ainda é possível encontrar cursos totalmente focados para tirar o IELTS que, caso não saiba, é uma prova que avalia qual o seu nível de inglês.
Ela é requerida em dezenas de países tanto para imigração normal quanto para tentar ir estudar em alguma universidade.
Pelo fato de ser uma prova mundialmente aceita e reconhecida, o nível de dificuldade da prova é altíssimo e, para o seu certificado IELTS ter validade, a nota mínima precisa ser 7.
Enfim, caso você queira saber mais sobre os tipos de escolas e quais escolher para o inglês de 6 meses, novamente recomendo o artigo do Willian que tem uma sessão falando exatamente sobre isso.
Acomodação
O ultimo tópico relevante para o planejamento do intercâmbio é a acomodação das primeiras semanas.
Existe uma grande discussão sobre quantas semanas você precisa ter “garantido” antes de chegar na Irlanda.
Algumas pessoas falam de 2 a 3 semanas, outras falam que no mínimo 1 mês, mas as opiniões sempre variam de acordo com experiências próprias e de amigos.
O que você precisa saber é: a Irlanda (ou Dublin) passa por problemas imobiliários seríssimos. Sério, a oferta e demanda é um caos.
Muita gente chegando, o governo não permite construir prédios muito altos, a própria construção civil é lenta, tem casas vazias, muitas empresas grandes tipo Google, Facebook, etc. tem sede em Dublin. Consequentemente, muita gente com dinheiro conseguem pegar boas residências, porque no fim, você precisa fazeruma entrevista pra saber se vai alugar a casa/quarto ou não.
Sim, você não entendeu errado, você tem que passar por uma entrevista para a pessoa responsável/moradores da casa/dono do imóvel ver se você se encaixa no tipo de pessoa que eles estão procurando e quase sempre os melhores negócios sempre vão para os melhores perfis ($$).
É muito difícil ir com moradia permanente já garantida e as chances de você tentar e tomar um golpe são altas. A melhor estratégia é sempre ir para uma residência provisória e, chegando lá, correr atrás de uma vaga fixa.
E se prepare para morar com mais várias outras pessoas. Um aluguel de uma casa/apartamento sozinho, além de quase impossível para um intercambista conseguir, pode passar dos 1000 euros mensais tranquilamente.
Enfim, algumas opções temporárias são:
Hostel
Conheci várias pessoas que ficaram em hostel, mas baseado na minha breve experiência com esse tipo de acomodação, tenho que dizer que é BEM complicado.
Pros
- Opção muito barata comparada às outras;
- Limpeza por conta do Hostel;
Cons
- Rodízio de hospedes. Uma vez que é “tipo hotel”, cada dia uma pessoa sai e outra entra;
- Zero privacidade. É você no quarto com mais 3, 4 pessoas que você não faz ideia quem seja;
- Falta de segurança. Você não pode sair e deixar seu dinheiro lá, por exemplo. Você não sabe se alguém vai mexer nas suas coisas.
Casa de Familia
Algumas agências oferecem a possibilidade de você ficar na casa de uma família nativa do país.
Pros
- Você tem contato logo de cara com pessoas nativas, o que pode ajudar na prática do idioma;
- No geral, você não precisa se preocupar muito com mercado, limpeza, etc., a menos que isso seja combinado antes ou tenha algum tipo de condição.
Cons
- Uma vez que você é “parte da família”, você meio que tem que seguir as regras da casa, como, por exemplo, comer nos mesmos horários que o pessoal;
- Você precisa dar satisfação da sua vida pra família, por exemplo, chegar tarde em casa, onde você vai sair;
- Não é tão mais barato quanto uma casa estudantil.
Óbvio que a experiência de uma casa de familia sempre vai ser subjetiva, ou seja, vai depender de como a familia lida com a situação e das regras que ela determina.
Conheci pessoas que adoraram e a família era muito tranquila, mas também conheci quem falava que não tinham liberdade pra fazer nada e se sentiam pressionados.
E, poxa, você já é adulto, está fazendo intercâmbio, quer aproveitar e ser dono da sua vida, né?
Airbnb
Acho que todo mundo conhece, mas se você não conhecer, aqui vai uma breve explicação do que é o serviço.
Pessoas com uma casa/apartamento/quarto sobrando e não querem alugar definitivo para uma pessoa, fazem do seu lar um "hotel particular".
Pros
- Você tem um espaço confortável e muito provavelmente privado;
- Você não precisa ficar dando satisfação da sua vida, é um “hotel”.
Cons
- Geralmente é beeem mais caro que as outras opções $$$.
Acomodação Estudantil
Como eu disse na escolha da agência, algumas possuem uma casa alugada para acomodar os estudantes nas primeiras semanas, o que é muito útil, uma vez que você não vai precisar se preocupar muito com isso.
Pros
- Você chega e já conhece outras pessoas na mesma situação que você. Então pode rolar uma amizade/parceria pra conseguir uma acomodação fixa, sair, conseguir um trabalho, etc.;
- Você não precisa se preocupar com limpeza da casa (exceto com a sua sujeira, tipo louça).
Cons
- Não é tão mais barato assim. Quando eu fui, a semana custava 120 euros;
- Não tem muita privacidade, uma vez que você vai ficar num quarto possivelmente pequeno com várias outras pessoas;
- Como são muitas pessoas na casa, você não tem um espaço seu pra você estudar e etc.
Mediante a todas essas opções eu preferi pegar acomodação estudantil. Por que? Praticidade.
A T2T já oferece esse serviço, então eu só peguei a opção em que o custo benefício de preocupação + segurança + preço, na minha ótica compensava demais.
Com relação ao tempo, eu peguei 2 semanas, mas digo que… foi pouco.
No próximo artigo vou entrar em detalhes sobre como foi minha busca por moradia, mas adianto que consegui nos 40 minutos do segundo tempo e quase fiquei louco com isso.
E, apesar de ter a possibilidade de pagar mais uma semana na casa caso você não consiga nada, essa opção não é garantida, uma vez que as vagas podem estar reservadas.
Nesse caso, por mais que você tenha ido com a agência e etc., eles não vão deixar um estudante que já reservou na rua para você continuar lá, ou seja, você vai precisar pegar todas as suas coisas e ir pra outro lugar.
Então, se fosse pra recomendar algo, eu recomendaria pegar NO MÍNIMO 3 semanas.
Talvez você consiga casa na primeira semana e “perca 2 semanas”, mas vai por mim, não tem como prever o que vai ser, é um grande jogo de azar.
Pode ser que você consiga, sim, mas pode ser que consiga no final da terceira, ou ainda pode ser que demore mais duas semanas pra conseguir um lugarzinho (difícil, mas pode acontecer).
Lembre-se, você não está no Brasil, está longe da sua familia, não tem amigos, é melhor garantir!
Dicas de Conteúdo
Por fim, quero finalizar aqui com duas sugestões de conteúdo sobre a Irlanda que me ajudaram MUITO antes e durante meu intercâmbio:
Marião na Europa (YouTube)
O Mario é um cara que mora na Irlanda desde 2011 e hoje é consultor de intercâmbio.
Ele produz bastante conteúdo relacionado aos problemas do dia-a-dia de um intercambista na Ilha Esmeralda.
Se o seu destino é lá, assine o canal dele e assista os videos dele para ter uma noção maior de como se preparar e as coisas que você irá enfrentar.
E-dublin (
O E-dublin começou em 2008 com o site para divulgar informações para futuros intercambistas que queriam ir pra Irlanda.
Hoje, além do blog que conta com vários escritores (todos intercambistas), eles ainda possuem um canal no YouTube com várias séries interessantes, dicas e curiosidades sobre a vida na Irlanda.
Eu sei que há outros canais incríveis, mas esses dois me deram a base e o conhecimento que eu precisava para fazer meu intercâmbio lá.
Se você já foi ou vai pra lá e tem outras sugestões, deixa nos comentários para as pessoas que lerem esse artigo verem! :)
Conclusão
Intercâmbio não é um plano fácil de ser realizado, afinal, além de muito dinheiro, demanda energia, dedicação, planejamento, disciplina e principalmente: coragem.
Mas apesar, desse trabalho todo, eu posso garantir toda a experiência, por mais que você volte para o Brasil depois dos 8 meses (ou o tempo que quiser ficar), cada centavo investido vai ter valido pela pessoa que você vai se tornar.
Comece a construir hoje a base para realização do seu sonho de amanhã. :)